• Pessoas de diferentes jeitos com ou sem deficiências construindo o templo de uma igreja, logo a cima no centro um vitral irradiando a luz do sol com uma cruz acima no centro.
    Teologia da Deficiência

    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – Final

    Parte 4 – Reforma inclusiva: do arrependimento à reconstrução As perguntas finais nos empurram para um confronto inadiável. Não se trata mais apenas de olhar para o que não foi feito, mas de encarar o que precisa nascer. Porque se a igreja não se repensar, ela não apenas falha com os irmãos e irmãs com deficiência – ela trai o próprio Cristo, que continua sendo crucificado nos corpos marginalizados e esquecidos. Eis as últimas perguntas: Leia também: Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 3 I. O Cristo impedido de entrar A pergunta número 10 não é retórica. É dolorosamente real. Se o próprio Cristo – encarnado hoje num corpo…

  • A imagem retrata o interior de uma igreja iluminada pela luz suave do sol que atravessa os vitrais coloridos ao fundo. No centro da cena, em primeiro plano, há uma mulher idosa em uma cadeira de rodas, observando o altar. Ela está de costas, com os cabelos grisalhos iluminados pela luz que entra pelas janelas. À sua frente, os demais fiéis estão em pé, participando do culto ou momento de oração. O ambiente transmite um clima de reverência, espiritualidade e contemplação. O contraste entre a posição sentada da mulher e a postura ereta dos demais fiéis pode simbolizar tanto a diversidade das formas de adoração quanto uma reflexão sobre inclusão e acolhimento na vivência comunitária da fé.
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    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 3

    Parte 3 – Silêncios cúmplices, discipulados rasos e o corpo invisível Se as primeiras duas partes trataram da teologia e da estrutura, essa terceira se volta à práxis discipular e pastoral. São perguntas desconcertantes porque nos expõem não só como igreja, mas como discípulos. Elas nos fazem olhar no espelho e nos perguntam: que tipo de corpo é esse que chamamos de Corpo de Cristo, mas que vive ignorando partes feridas, silenciadas, não desenvolvidas? Eis as perguntas: Leia também: Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 2 I. O silêncio cúmplice: quando a omissão se torna pecado Poucas igrejas têm coragem de ser proféticas quando o assunto é deficiência. A…

  • A imagem mostra o interior de uma igreja vista a partir do púlpito. Em primeiro plano, há uma Bíblia aberta sobre um suporte de madeira bem iluminado por uma luminária. Ao fundo, a congregação está reunida e atenta, sentada nos bancos da igreja. Entre os fiéis, destaca-se uma pessoa em uma cadeira de rodas posicionada no centro do corredor, em evidência, como parte da comunidade. A arquitetura é clássica, com colunas de pedra e vitrais coloridos, transmitindo um ambiente solene e reverente.
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    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 2

    Parte 2 – O lugar da presença: entre acessibilidade e espiritualidade Se a primeira parte deste estudo foi um grito contra uma teologia disfarçadamente capacitista, esta segunda parte é um apelo mais prático, porém não menos profundo. Aqui, a pergunta muda de foco: ela sai do campo da teologia abstrata e entra no chão da igreja local. Ela nos empurra para o campo da arquitetura, da liturgia, da cultura comunitária. E se queremos ser sinceros com o Cristo encarnado, precisamos encarnar também a escuta e a acessibilidade. As perguntas agora são: Leia também: Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 1 I. A arquitetura da exclusão Vivemos em tempos em…

  • A imagem mostra uma pessoa em uma cadeira de rodas posicionada na base de uma longa escadaria em frente a uma igreja de pedra de estilo gótico. A escadaria leva a uma grande porta de madeira, mas não há nenhuma rampa visível para acessibilidade. A pessoa parece estar olhando para cima, em direção à porta fechada da igreja, transmitindo um sentimento de exclusão ou inatingibilidade. A cena sugere uma crítica visual à falta de acessibilidade em templos religiosos ou espaços públicos, levantando questões sobre inclusão e barreiras arquitetônicas enfrentadas por pessoas com deficiência.
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    Igreja, Deficiência e o Grito Silenciado – 1

    Parte 1 – O Deus que vê: perguntas que esquecemos de fazer Há um silêncio nas igrejas. Um silêncio que ecoa mais alto do que o som dos instrumentos, mais denso do que a mais fervorosa oração. É o silêncio que envolve as vidas de pessoas com deficiência que frequentam (ou foram afastadas de) nossas comunidades cristãs. Um silêncio produzido não pela ausência de palavras, mas pela ausência de escuta. Não pela falta de ações, mas pela falta de presença real. E talvez a melhor forma de romper esse silêncio seja começar com três perguntas incômodas, mas urgentemente necessárias: I. O problema é o olhar: deficiência como “pecado disfarçado” Ainda…

  • A imagem mostra um homem de terno em um ambiente de escritório, olhando pensativo para o céu. A lateral de sua cabeça está aberta, revelando engrenagens metálicas girando — simbolizando uma mente mecânica, presa à lógica do trabalho. No céu, entre nuvens, forma-se uma figura de cérebro feito de nuvem, iluminada, sugerindo consciência, pensamento livre e imaginação. A cena contrasta a mecanização do trabalhador com a possibilidade de reconexão com sua humanidade pensante.
    Artigo

    A Lógica do Lucro: Trabalhar até quebrar

    Vivemos em uma era em que o valor humano é medido por métricas de desempenho e lucro. No cenário capitalista globalizado, empresas operam sob a lógica brutal da produtividade: quem rende é mantido, quem não rende é descartado. É o corte frio da eficiência. Recentemente, demissões em massa têm acontecido não apenas no Brasil, mas em várias partes do mundo. E não por falta de recursos — mas porque o sistema exige constante crescimento, mesmo que esse crescimento destrua pessoas no processo. Leia também: A Simplicidade Esquecida da Identidade Cristã Poderíamos tentar suavizar essa lógica com alguma analogia bíblica — como a da videira e dos ramos em João 15…

  • A imagem mostra uma cena urbana em tons de cinza, transmitindo uma atmosfera fria e mecânica. Várias pessoas caminham apressadas em diferentes direções, com rostos desfocados ou apagados, o que simboliza a perda de identidade e individualidade. Todas parecem alheias umas às outras, como engrenagens em movimento automático. Ao fundo, há um grande mural com a ilustração de uma paisagem natural, com árvores — um forte contraste com o concreto e a pressa ao redor. Diante dele, uma única figura está sentada em silêncio, imóvel, em postura contemplativa, sugerindo um momento de pausa e reflexão em meio ao caos produtivista. A imagem evoca exatamente o conflito entre o "fazer" frenético da vida moderna e a necessidade esquecida de simplesmente "ser".
    Crônicas

    O Peso do Fazer e o Esquecimento do Ser

    Acordamos com pressa, dormimos com culpa. O tempo, esse senhor inflexível, nos arrasta como se fosse dono da nossa alma. Vivemos entre planilhas e postagens, entre tarefas e metas, entre agendas lotadas e cafés apressados. A vida, dizem, é movimento. Mas que tipo de movimento é esse que não nos permite parar? Leia também: A Medida do Fazer: Crítica e Complementaridade Na modernidade, a essência da vida foi sequestrada pelo fazer. Tudo gira em torno do produzir. Produzimos conteúdo, resultados, filhos, festas, memórias instantâneas — e esquecemos que viver não é uma função executiva. Tornamo-nos engrenagens bem lubrificadas de uma máquina que nunca para. O sistema nos sorri com dentes…